Fonte:Comex do Brasil
Rússia e
Polônia, países que integram a relação dos trinta e dois mercados
prioritários para o Brasil no contexto do Plano Nacional de Exportações
(PNE), serão o destino de missão empresarial organizada pelo governo
brasileiro e que contará com a participação do vice-presidente da
República, Michel Temer. A visita à Rússia será realizada entre os dias
14 e 16 de setembro e nesse mesmo dia o grupo seguirá para Varsóvia,
onde cumprirá agenda de trabalho e participará de rodadas de negócios
nos dias 16 e 17 desse mesmo mês.
Segundo
informações do Itamaraty, em Moscou, o vice-presidente Michel Temer se
reunirá com autoridades russas e participará da VII Reunião da Comissão
Brasil-Rússia, a mais alta instância de negociação entre os dois países,
e visitará a feira World Food Moscou, a principal feira de alimentos
da Rússia, que se realiza de 15 a 17 de setembro e contará com um
pavilhão brasileiro organizado pelo Ministério da Agricultura, em
parceria com a Agência de Promoção do Comércio Exterior e Investimentos
(Apex-Brasil).
Em
Moscou, assim como também em Varsóvia, um grupo de empresários
brasileiros de diversos setores participará de uma missão empresarial
organizada pelo Departamento de Promoção Comercial e Investimentos (DPR)
do Ministério das Relações Exteriores (MRE), em parceria com o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e
com a Apex-Brasil. Em ambas as capitais estão programados encontros
empresariais, que deverão ser encerrados por Michel Temer e por
autoridades russas e polonesas
Brasil-Rússia
A visita
do vice-presidente Michel Temer a Moscou acompanhado por um grupo de
empresários é uma iniciativa do governo brasileiro com o objetivo de
buscar meios de imprimir maior dinamismo ao intercâmbio comercial com a
Rússia. A missão terá, também como meta mudar a trajetória fortemente
descendente do fluxo comercial com a Rússia.
Autoridades
e empresários brasileiros estão particularmente preocupados com a forte
queda registrada nas exportações para aquele que é um dos principais
mercados para os produtos brasileiros na Europa. Ano passado, devido ao
embargo decretado pelos Estados Unidos e pela União Europeia contra a
Rússia, as exportações para o mercado russo tiveram uma expressiva alta
de 28,75% e totalizaram US$ 3,829 bilhões. Em contrapartida, as vendas
russas para o Brasil cresceram a um ritmo bem menor, tendo aumentado
12,72% para US$ 3,016 bilhões.
Este
ano, houve uma mudança radical nesse quadro e, de janeiro a julho, as
exportações brasileira despencaram 28,11% e somaram pouco mais de US$
1,477 bilhão, enquanto as vendas russas tiveram uma retração de 11,18%
para US$ 1,487 bilhão. Assim, pela primeira vez nos últimos anos a
balança comercial bilateral fechou os sete primeiros meses do ano com um
superávit em favor da Rússia.
No
período, alguns dos principais produtos exportados pelo Brasil para a
Rússia tiveram quedas bastante expressivas. Foi o que aconteceu, por
exemplo, com as vendas de carnes desossadas de bovinos, que somaram US$
351 milhões, contra US$ 742 milhões negociados em igual período do ano
passado. Uma queda de 52,67%. Também caíram as exportações de carne
suína (-7,18% para US$ 363 milhões), de outros açúcares de cana (-20,96%
para US$ 208 milhões) e de soja, que tiveram uma forte redução de
45,70% e somaram pouco mais de US$ 114 milhões.
Brasil-Polônia
Ao
contrário da Rússia, a Polônia não figura entre os grandes parceiros
comerciais do Brasil mas ainda assim o país foi incluído na relação dos
mercados com perspectivas de bons negócios a serem prospectados. Em
comum com a Rússia, o fato de que também em relação à Polônia as
exportações brasileiras encontram-se em baixa este ano após terem
crescido 22,24% no ano passado.
De
janeiro a julho deste ano, as exportações brasileiras tiveram uma
retração de 17,99% e somaram US$ 264 milhões. Enquanto isso, mesmo tendo
caído 23,17%, as vendas polonesas atingiram o montante de US$ 324
milhões, proporcionando aos poloneses um superávit de US$ 59 milhões nas
trocas comerciais com o Brasil.
Dois dos
principais produtos exportados pelo Brasil para a Polônia minérios de
cobre e bagaços e outros resíduos sólidos de soja- tiveram as quedas
mais significativas. As vendas de minérios de cobre caíram 23,38% nos
sete primeiros meses do ano e totalizaram US$ 129 milhões. Queda bem
maior, de 33,63% foi registrada nas exportações de bagaços de soja e a
receita obtida somou pouco mais de US$ 33 milhões.
Este
ano, o Brasil acumula um déficit de US$ 59 milhões no comércio bilateral
com a Polônia. E com as importações se contraindo, a balança comercial
com os poloneses deverá fechar o ano com um saldo negativo bem inferior
aos US$ 181 milhões registrados no ano passado, e seguramente muito
inferior ao déficit de US$ 413 milhões verificado em 2013.