Situação da Logística Internacional: Importação

Permitam-me voltar a um “velho-novo” assunto? Pois é, a situação continua tirando o sono de todos os operadores de comércio exterior. Sim, refiro-me a logística no transporte internacional, principalmente no modal marítimo. Embora anteriormente já tenha escrito sobre este mesmo tema com o foco nas exportações, volto agora mirando as importações, que por lógico, a “dor” é a mesma, pois os serviços marítimos e suas rotas atendem os mesmos portos e como consequência todo este gap logístico marítimo.

Apesar das mais otimistas análises no início deste ano – com uma possível melhora neste segundo semestre – isto ficou longe de acontecer, e penso estar longe de alguém conseguir desenhar um melhor cenário para os próximos meses (especulação minha).

Os “7 mares” permanecem congestionados e com muitos efeitos por focos da doença que persiste em atingir diversas cidades mundo afora e, seus grandes e principais portos, não são exceções.

Como consequências recentes, tivemos alguns portos na Ásia (China e Vietnam) com terminais inoperantes e, nesta semana (32) recebi notícias de armadores de que o porto de Ningbo, um dos mais movimentados da China, estará de quarentena devido a um novo surto do COVID; Sem falar dos já conhecidos congestionamentos em portos, como em Long Beach (Los Angeles-USA), onde há mais de 40 navios ao largo para descarregarem, e portos de transbordo como Singapura, Hong Kong, Cartagena, etc.

Lembremo-nos que o Brasil representa aproximadamente 1% do comércio internacional, ou seja, estamos em muita desvantagem competitiva na hora dos armadores ou dos serviços marítimos priorizarem a costa brasileira.

Certamente haverá continuidade nos atrasos de chegadas e saídas e mais empilhamentos ou faltas de containers em vários locais do planeta, ou resumindo: mais um efeito dominó desfavorável   e desprovido de um   final previsível.

Por tudo isto, os portos brasileiros estão sendo muito afetados com muitas omissões, atrasos e reconfigurações de rotas por parte de armadores, atrasos de 30 dias são comuns, sem falar dos efeitos econômicos: Tarifas e taxas continuam sendo reajustadas, devido a alta demanda e pouca oferta dos serviços.

Como a procura continua elevada e os armadores permanecem em seus limites de operação ( quase já não existem navios ociosos/estacionados), houve um acréscimo de aprox. 20% nas encomendas de novos navios full-containers e na aquisição de equipamentos (conteiners) que também estão dentro de uma corrida de compras; Todavia estes dois itens, são uma parte do contexto e possuem um prazo gigante para entrega, em discrepância com o “sonho” dos operadores afetados de que este problema seja minimizado em curto espaço de tempo.

Neste momento, todos procuram por opções visando minimizar quaisquer prejuízos por demoras exageradas ou comerciais, por isso, a situação mais adequada  pode ser resumida a uma única palavra: Desafio.

Sou “obrigado” a recorrer as conclusões anteriores afirmando que por enquanto não há fórmulas prontas para a solução de tudo isto, assim continua como sugestão a antecipação de programações e estratégias tipo: planos “B” ou “C”, para os casos em que as suas importações possam ser afetadas por este “insistente” caos logístico.

Boa Sorte e Excelentes Negócios

Fabio Belau
Diretor Geral
CONEXO