Fonte: Jornalista Felipe Vieira
Custos sistêmicos, sistema tributário disfuncional e o desequilíbrio macroeconômico seguem como gargalos para quem quer produzir e exportar. Ao cenário, já conhecido pelas indústrias brasileiras, foi acrescentado um novo componente: a crise política. Vivemos momentos difíceis. O Brasil está submetido ao teste de estresse, mas não tenho dúvidas ao dizer que o país vai encontrar respostas e superar tudo isso. Mesmo apontado mazelas, como a corrupção, este processo de crise revelou a solidez e o alto grau de autonomia das instituições. Em que outro país emergente isso aconteceria?, questionou Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, na palestra de lançamento do 44º Prêmio Exportação RS. No evento realizado pela ADVB/RS nesta terça-feira (5) no Sheraton Porto Alegre Hotel, também foi anunciado o nome de Alexandre Grendene como a Personalidade Competitividade Internacional.
Ao citar que o projeto de ajuste da economia não se completou, o ministro informou que o realinhamento cambial, considerado fundamental na economia, pesou na receita das vendas externas. Mas ainda é preciso fazer o dever de casa, segundo ele. Pontos como reforma estrutural para quebrar a vinculação rígida dos gastos públicos (hoje, 91% das despesas obrigatórias são folha de pagamento e financiamento da Previdência), por exemplo. A economia se contrai e os gastos continuam a se expandir, relatou na palestra Estratégias e Instrumentos para o Desenvolvimento das Exportações Brasileiras.
40 BRASIS No plano das exportações, Monteiro reafirmou que não se opta pelo comércio internacional somente quando é conveniente. Bem ao contrário, a aposta de contratar demandas externas deve ser permanente. Hoje, há um PIB de 40 Brasis fora de nossas fronteiras. E devemos buscar estes mercados, disse ele, incitando a plateia, formada pelo vice-governador do RS, José Paulo Dornelles Cairoli, presidente de federações e associações, presidentes e executivos das maiores empresas do Rio Grande do Sul. O ministro também destacou três ações trabalhadas com o mercado externo, entre elas a construção de um padrão de convergência regulatório com os Estados Unidos, que beneficiará diversos setores, como da cerâmica; o direcionamento do olhar para os países da Aliança do Pacífico e o fechamento de acordos na área de serviços e para desgravação tarifária. Por falar em acordo, ainda em abril deve ser iniciado as trocas comerciais entre Mercosul e União Europeia, processo que se arrasta há mais de 20 anos.
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